Saturday 2 December 2006

O Estado a que chegámos

Indo de encontro àquilo que falei no texto anterior, soube de uma situação bastante caricata aqui na bela cidade onde moro.

Podia estar aqui com 1001 rodeios a preparar um texto engraçado, mas sinceramente não me apetece; apenas quero dar a conhecer um contraste de situações que se passam frequentemente neste país.

Tive conhecimento esta semana que a um casal de toxicodependentes lhes foi dado um casa nova e um rendimento de 900€ por mês. O homem está em prisão domiciliária com uma pulseira electrónica e para além deste rendimento, é senso comum que continuam a negociar estupefacientes – agora é moda usar este termo em vez de droga – o que lhes dá um rendimento superior a muitas famílias portuguesas sem que tenham feito nada para o merecer.

No entanto, perto de mim mora uma família a quem o destino pregou uma partida e um dos filhos, já adulto, tem uma grave deficiência. Até este ano esta família recebeu 240€ por mês para ajuda dos medicamentos, para ajuda ao pagamento à escola que ele frequenta, própria para estes casos etc…

Qual não é o espanto desta família quando recebe uma carta de uma entidade estatal a avisar que este apoio iria ser cortado. Ora este nosso estado diz que não é preciso ajudar os deficientes e prefere ajudar os toxicodependentes como nunca ajudou os deficientes.

É por estas e por outras que às vezes digo:
“Há os Estados de esquerda, há os Estados de direita e há o Estado a que nós chegámos.”

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